O Ministério dos Negócios Estrangeiros português avisa que os lusodescendentes russos podem ser mobilizados para o Exército russo, e consequentemente para a guerra na Ucrânia, completando que não terão proteção consular, devido à legislação russa.
“Alerta-se que os duplos nacionais luso-russos são considerados, pelas autoridades russas, apenas como cidadãos russos. Assim, na eventualidade de serem mobilizados, não poderão solicitar proteção consular junto da Embaixada, invocando dupla nacionalidade, por esta não ser reconhecida na Rússia”, refere uma nota informativa publicada no Portal das Comunidades com data de 26 de setembro.
“Reitera-se a recomendação para que sejam evitadas deslocações à Rússia e para que cidadãos nacionais que se encontram no país, por razões não essenciais, ponderem sair pelas alternativas disponíveis”, adianta o Ministério.
Este aviso vem no seguimento da mobilização militar, com efeitos imediatos, que o Governo russo fez a 21 de setembro.
Fronteiras russas com controlo acrescido
“Desde aquela data, as saídas da Rússia por via terrestre e aérea encontram-se sobrecarregadas e estão sujeitas a controlo acrescido nas fronteiras”, diz ainda a nota publicada no Portal das Comunidades.
O anúncio de Moscovo da mobilização de 300 mil reservistas, feito na semana passada, está a desencadear o êxodo de um grande número de homens russos em idade militar que se recusam a lutar na Ucrânia, alvo de uma ofensiva militar russa desde fevereiro passado.
Segundo a Euronews, cerca de 100 mil russos tentaram atravessar a fronteira para o Cazaquistão desde 21 de setembro, altura em que foi anunciada a mobilização militar pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Quer o Cazaquistão, quer a Geórgia, países para onde os russos se estão a dirigir, já garantiram o cuidado e a segurança das pessoas que fogem da mobilização russa.