Num encontro informal com a revista Comunidades, Nuno Pinto de Magalhães conta-nos o seu percurso de 47 anos ao serviço da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) e diz-nos como a cerveja Sagres adquiriu e mantém o estatuto de Portugalidade da marca desde o seu lançamento em 1940.
Se há marca de cerveja portuguesa, é a Sagres. O nome, tal como “saudade”, não tem tradução em qualquer outra língua, tem origem na lendária escola náutica criada pelo Infante D. Henrique, na região algarvia de Sagres, de onde se diz que os audazes e aventureiros portugueses partiram, naquelas barcaças, a descobrir o mundo.
“Sagres é a marca de cerveja dos portugueses, é a marca de cerveja que representa Portugal, em toda a sua história, quer passada, quer atual e certamente a futura, porque tem incorporado na sua comunicação, na sua proximidade os valores dos portugueses, aquilo que os portugueses encarnam: os simples prazeres da vida, a convivialidade, a história do seu lugar, a globalização”, diz Pinto de Magalhães, da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), a qual integrou em 1974 e sendo hoje o Presidente do Conselho de Administração da SCC, parte integrante do Grupo HEINEKEN.
Pinto de Magalhães, falou também no seu percurso na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, com uma cultura pautada pelo “merge” (a junção) de diversas outras, “cultura dos 6 acionistas diferentes que teve, do 18 CEO´s, em que todos deixaram a sua pegada”. Apesar de a empresa ter marcas internacionais no seu portfolio, as basilares são inquestionavelmente a Sagres e a Luso, os “dois amores” do atual chairman, não só por ser únicas, também, mas por tê-las trabalhado desde que iniciou funções na SCC.
Foi, durante este período de 47 anos em que está na companhia, duas vezes diretor de exportação. Nessa altura, a SCC vendia para os portugueses e para os luso-descendentes com quem sempre manteve uma relação “extraordinária”, quer estivessem no Luxemburgo, em Andorra, em Inglaterra, em França, na Alemanha, como também para os países de expressão portuguesa, onde também a cultura portuguesa deixou marca durante anos.
“Foi talvez das áreas em que gostei mais de colaborar, foi com essas áreas que eu visitei os nossos representantes, os nossos importadores, e assisti à paixão que eles depositavam no seu trabalhodiário, à alegria de poderem levar a casa desses portugueses que viviam afastados da sua pátria um bocadinho de Portugal”, confessa e, adianta que “podemos viver num país estrangeiro, ter uma configuração estrangeira, mas se tivermos acesso aos nossos ingredientes nacionais, à nossa gastronomia, faz-nos voltar atrás e vivenciar um flashback da nossa nacionalidade com uma cerveja, um bacalhau, o azeite, as sardinhas, aquilo que é português”.
Define ainda as caraterísticas e a portugalidade da marca: “A cerveja Sagres é, na sua essência, um fator de convivialidade, à portuguesa, sem cerimónias, a rir, com música, com boa disposição, com petiscos, na praia, no futebol, nos festivais, nos Santos Populares, nos arraiais, está presente na nossa maneira de ser português”.
Desde 1940 que o escudo nacional esteve sempre presente, tal como as cores da nossa bandeira, na abertura da fábrica, no lançamento de slogans icónicos, nas primeiras Mini. “Também de realçar a máxima inovação, que continua a ser um dos principais vetores de crescimento da marca, cuja forte aposta nesta área fica evidenciada pelos inúmeros lançamentos feitos nos últimos anos. Mais do que criar produtos, o que a marca pretende é criar conceitos que permitam preencher lacunas de consumo, indo ao encontro das necessidades e exigências dos consumidores”, diz Pinto de Magalhães.
No seu processo de internacionalização a cerveja Sagres começou por ser enviada de Portugal para tropas britânicas em Gibraltar, durante a segunda guerra mundial e, hoje, em dia, parte para todos os cantos do mundo onde há portugueses a residir no estrageiro e onde não há restaurante ou supermercado português em Paris, Toronto ou São Paulo que se preze, que inclua frigoríficos com garrafas da líder no mercado cervejeiro nacional.
A própria marca já viajou para cidades estrangeiras com populosas legiões de portugueses, como Londres e Nova Iorque, para gravar anúncios publicitários que exaltam a presença desta forma de portugalidade por todo o mundo.
“Fora de portas, muito antes de haver marcas locais, o que havia era Sagres, em Angola, em Moçambique, em São Tomé, em Cabo Verde, em Timor-Leste, em Macau. A paixão com que os importadores da marca sempre pautaram o seu trabalho diário permitiu levar a casa desses portugueses, que vivem afastados da sua pátria, um bocadinho de Portugal mantendo-os ligados às suas raízes” diz o Chairman da SCC e acrescenta “a Sagres é vista como um símbolo vivo de Portugal, dos seus valores, e é nessa relação com as raízes do país e com a tradição que sempre baseou a sua presença no mercado, onde tem lugar marcado há mais de oito décadas. A portugalidade está, assim, no ADN da marca, acrescentando valor diferenciador para todos os seus consumidores, quer em Portugal, quer além-fronteiras”, afirma Pinto de Magalhães.
No regresso ao país para mais umas férias, os portugueses sabem que a Cerveja Sagres está pronta a marcar presença nos momentos mais memoráveis deste verão. É assim há 82 anos, continuará assim durante muito tempo, sempre com a inovação e a portugalidade bem presentes.
Sagres, a cereveja que convida a estares à vontade, “à vontade como nós”
A nova campanha da Cerveja Sagres, um convite a todos os portugueses para levarem a vida sem cerimónias e para “estares à vontade. À vontade como nós”, revela de forma genuína e informal o bom de viver de formadescontraída, celebrando, em todos os momentos, o lado positivo da vida. Aproveitar a simplicidade nos momentos, o convívio e a partilha são alguns dos ingredientes para viver sem cerimónias, e que estão desde sempre presentes no ADN da Cerveja Sagres. Uma cerveja portuguesa de todos e para todos, sempre focada no melhor da vida.
82 anos a acompanhar os valores nacionais
A Portugalidade da marca é evidente desde a primeira hora, no já referido símbolo, foi sempre muito valorizada. Um dos expoentes máximos é a parceria com a Federação Portuguesa de Futebol, que torna a Sagres patrocinadora da seleção nacional desde 1993, mantendo-se sempre com ela, nos momentos bons e nos menos bons, tal como está com todos os portugueses.
Esteve sempre lá, quando Fernando Couto deu uma cambalhota após um golo que deu uma vitória frente à Turquia (EURO 96), quando Sérgio Conceição fez um hat-trick à Alemanha (EURO 2000), quando Cristiano Ronaldo marcou cada um dos cinco golos que acumula no apuramento para o EURO 2016, incentivando os portugueses, nos quatro cantos do mundo, a torcerem pela equipa de todos nós.
A Cerveja Sagres é, pois, uma marca que partilha com todos nós a emoção e a vivência dos pequenos prazeres da vida. E o Futebol em Portugal é disso exemplo, um enorme conjunto de experiências e emoções, agregador do interesse da população portuguesa. Convivialidade, transversalidade social e fator agregador são qualidades apanágio do Futebol e da Cerveja Sagres.
Uma Mini, por favor!
20cl bastam, porque é a dimensão de uma imperial, nunca fica na garrafa, mantém-se fresca até à última gota. A Mini é um fenómeno de portugalidade única. Foi a partir de 1972 que os portugueses passaram a contar com esta novidade. No verão desse ano, a Sociedade Central de Cervejas lança a Sagres Pequena, “a mesma Sagres, apenas mais pequena”. “Pastéis, sandes, rissóis… Enfim, com comida pequena, Sagres Pequena”, como se ouvia nos anúncios de TV na altura, o que sugere que teria sido lançada a pensar na crescente moda que pautava os costumes gastronómicos na capital portuguesa, de comer refeições ligeiras ao balcão.
Hoje sabe-se que a Sagres Pequena apontava aos portugueses mais a sul de Lisboa. Foi no Alentejo que a futura Mini, da Sagres, se espalhou rapidamente, por ser mais barata. No Alentejo pobre e quente, a Sagres Pequena tinha o tamanho ideal para caber no tarro — recipiente de cortiça onde o trabalhador agrícola carregava o farnel que levava para o campo —, mantendo-se fresca até à hora de comer, na interrupção no pino do calor.
Chamavam-lhe ‘mine’, corruptela carinhosa que a empresa transformaria no nome oficial Mini pouco tempo depois e que representa na atualidade quase metade das vendas da Sociedade Central de Cervejas, comparando com outras cervejas do seu portefólio.
Quem é Nuno Pinto de Magalhães?
Nuno Pinto de Magalhães entrou para a SCC em outubro de 1974, como contratado, para fazer um estágio, após ter terminado o 7º ano (12º ano) e ter que esperar um ano – Serviço Cívico, para poder entrar na Faculdade de Direito.
O seu estágio seria como indiferenciado, na então sede na Almirante Reis, na Contabilidade como apoio na inventariação do património.
Em janeiro de 1975 passou ao quadro, como Escriturário, da Central de Cervejas e, em 1976 ingressou a Faculdade a Direito, como trabalhador-estudante, tendo mais tarde tirado um PAGE na Universidade Católica.
Durante estes cerca 47 anos na SCC desempenhou diversas funções como, entre outras, Chefe dos Serviços de Pessoal da ex Fabrica do Catujal (Refrigerantes), do ex Entreposto do Prior Velho (Distribuição, Adjunto do Diretor dos Serviços de Pessoal, Diretor de Compras, Diretor de Organização e Métodos, Diretor Administrativo, Diretor da Logística, Diretor da Distribuição, Gestor Comercial Adjunto, com o Marketing e Vendas e Diretor de Exportação. É Diretor de Comunicação e das Relações Institucionais há mais de 20 anos.
Lançou o Serviço de Apoio ao Cliente e, nos anos 90 a Pré-Venda no Porto, tendo para o efeito estagiado previamente, como pré-vendedor na Budweiser, em Los Angeles, nos EUA, e na Bavaria, em Medelin, Colombia.
Chegou a ser o Diretor mais novo de idade e o mais antigo na Companhia.
Durante estes 47 anos, trabalhou com 6 acionistas diferentes e com 18 Presidentes/CEOs, nacionais e estrangeiros.
Foi delegado sindical, pelo Sindicato dos Escritórios, e membro da Comissão de Trabalhadores da Sede, na década de 80, foi Presidente do Grupo Desportivo da SCC e Coordenador da Comissão Paritária da Qualificação de Funções da Companhia, que integrava representantes dos Sindicatos e da Empresa.
Fora da SCC foi, entre outras, Grão Mestre da Confraria da Cerveja, que engloba todo o sector Cervejeiro, Presidente da Associação das Aguas e Vice Presidente da Associação dos Anunciantes Portugueses.
É, entre outras, Presidente da Câmara de Comércio Portugal-Holanda, da Auto-Regulação Publicitária, como representante dos Anunciantes, da Fundação Luso e Administrador da Sociedade Ponto Verde.
Em 2018 foi-lhe atribuído o Prémio Carreira pela revista Marketeer.