Com o novo Governo já instalado, ficamos na expetativa da melhoria nas relações do Estado com a emigração. É tempo de resolver problemas que se arrastam indefinidamente e concretizar promessas feitas por anteriores governantes.
Os nossos Consulados e os seus funcionários necessitam de mais atenção para melhor servir os nossos conterrâneos além-fronteiras, o ensino da língua portuguesa no estrangeiro deve ser melhorado de forma a responder às necessidades educativas das comunidades, a legislação eleitoral necessita de uma reforma profunda para resolver os problemas verificados nas últimas eleições, as associações na diáspora necessitam de forte apoio para superar as dificuldades geradas pela crise, sendo inquestionável o seu papel no enquadramento social e cultural das comunidades onde se situam.
Importa igualmente apoiar e promover as micro e PMEs nacionais para a sua internacionalização, com incentivos apropriados nas exportações para a diáspora, assim como apostar em incentivos ao investimento e captação de poupanças da emigração. É preciso falar a mesma língua, para que a comunicação seja eficaz entre Governo e aqueles que continuam, tal como os primeiros exploradores, a ser os grandes embaixadores da cultura e identidade de Portugal no Mundo.
Comemora-se no dia 5 deste mês o Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma homenagem a esta “ponte” que liga não só os povos que têm na sua génese a língua portuguesa, mas que tem servido, no contexto de globalização, como promotora da identidade lusa, potenciando relações económicas, culturais e científicas com outros países. A língua portuguesa é hoje uma das mais faladas no mundo, com mais de 260 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, e a mais falada no hemisfério sul.
O português continua a ser uma das principais línguas de comunicação internacional, e uma língua com uma forte extensão geográfica, com tendência a aumentar e, por isso, a revista Comunidades dedica, nesta edição, amplo espaço informativo sobre a efeméride com vista a um melhor conhecimento da importância da Língua Portuguesa junto dos seus leitores portugueses e lusodescendentes que vivem e trabalham no estrangeiro, como forma de promover um Portugal moderno, empreendedor e acolhedor.
Para os cinco milhões de portugueses e lusodescendentes que vivem e trabalham no estrangeiro, a comunicação social da diáspora representa um ativo de relevante importância com forte apoio ao Governo na manutenção e uso da língua portuguesa, para além de promover a coesão destes cidadãos nos diferentes países de acolhimento e com o seu país.
A história e a experiência mostram que, não obstante os órgãos de comunicação social na diáspora desempenharem um papel da maior importância para a comunidade, nem sempre têm o reconhecimento nem a robustez necessária para desempenharem a sua missão sem sobressaltos, desde logo, devido à falta de apoio do Estado e das empresas exportadoras nacionais, pela dificuldade em angariar suficiente publicidade para manter a sua atividade, o que, obviamente, piora em tempos de crise. Daí que, frequentemente, os órgãos de comunicação social das comunidades vivam com esforço e dificuldades, muitas vezes sobrevivendo através da paixão e dedicação à comunidade dos seus mentores. Nesta edição dedicamos espaço a este tema indicando soluções que a todos interessa.