Aplicar nas comunidades portuguesas as orientações aprovadas em Portugal para a promoção da igualdade entre homens e mulheres, para a luta contra a violência contra as mulheres e eliminar todas as formas de discriminação, foram as principais conclusões do encontro que se realizou ontem, 12 de setembro, em Paris e que abordou o tema “Mulheres Empreendedoras nas Comunidades”.
A reunião contou com intervenções dos candidatos do PS Paulo Pisco (cabeça-de-lista), Nathalie Oliveira, Sílvia Paradela, e ainda do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, e da mandatária para a Juventude Anastásia Phlix.
No encontro, com um “formato que pretendia que as mulheres presentes deixassem o seu testemunho e contributo para ações nesta área”, foram abordadas as questões da violência doméstica, do empreendedorismo nas suas várias vertentes, designadamente, associativo, político, social, empresarial, académico, tendo ficado o compromisso de se realizar em França um grande encontro de mulheres que dê continuidade e possa aprofundar os temas discutidos, pondo em evidência o papel das mulheres nas comunidades portuguesas.
Foi também assumido que num dos próximos Encontros de Investidores da Diáspora se realize um painel especificamente dedicado às mulheres empreendedoras na área empresarial.
Paulo Pisco defendeu a necessidade de haver um trabalho de sensibilização para as questões específicas do papel das mulheres nas comunidades portuguesas naquelas várias vertentes e que se dê maior atenção às iniciativas e associações que promovem a igualdade entre homens e mulheres, a luta contra a violência doméstica e contra todo o tipo de discriminações que atinjam as mulheres. Neste sentido, lembrou a iniciativa pioneira de José Luís Carneiro de levar para as comunidades a discussão das questões da igualdade e da violência contra as mulheres através dos Diálogos com as Comunidades e da presença de membros do Governo com a tutela da igualdade e cidadania.
Lembrou ainda que foi com governos do Partido Socialista que mais se avançou na igualdade entre homens e mulheres, de que são exemplo a introdução das quotas nas listas candidatas a órgãos políticos que obriga a que haja pelo menos um terço de mulheres e, mais recentemente, alargando este princípio às empresas públicas e cotadas em bolsa que têm de ter pelo menos 40 por cento de mulheres nos seus órgãos de direção.
O PS relembrou que foi aprovada em 2018 a Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 e o Plano de Ação para a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica, legislação para promover a igualdade no mercado de trabalho, entre muitos outros instrumentos.
O secretário de Estado das Comunidades considerou, na sua intervencao, que também nas comunidades “é necessário trabalhar em conjunto para contrariar a normalização dos comportamentos violentos, sabendo que somos coletivamente responsáveis por acabar por este flagelo”.
“Gostaríamos de contar com as associações das comunidades como parceiras na divulgação de informação acerca dos serviços de apoio existentes. Seria especialmente útil ter a participação das associações nas campanhas que temos lançado contra a violência, quer na fase de conceção (assegurando que as campanhas vão responder às necessidades e dificuldades das mulheres emigradas), quer na disseminação dos materiais produzidos junto das comunidades”, referiu José Luís Carneiro.