O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou esta semana que declarou “persona non grata” 10 funcionários russos.
O Governo português “notificou, na terça-feira à tarde, o embaixador da Federação Russa da sua decisão de declarar “persona non grata” dez funcionários dessa missão diplomática, cujas atividades são contrárias à segurança nacional”.
O Ministério de João Gomes Cravinho esclareceu que “nenhum destes 10 elementos é diplomata de carreira e que disporão de duas semanas para abandonar o território nacional” e reiterou que “a condenação, firme e veemente, da agressão russa em território ucraniano”.
A posição do Governo português segue em linha com diversos países da União Europeia que decidiram pela expulsão de diplomatas russos após o massacre em Bucha. Esta terça-feira, Espanha ordenou a retirada de 25 diplomatas na sequência das “imagens insuportáveis” do ataque.
O homólogo italiano, Luigi di Maio, anunciou também a expulsão de 30 diplomatas por motivos de segurança nacional, depois de ter chamado o embaixador russo em Roma, Sergej Razov, para ser notificado. “A decisão foi tomada de acordo com outros parceiros europeus e atlânticos e foi necessária por razões relacionadas com a nossa segurança nacional, no contexto da atual situação de crise devido à agressão injustificada da Ucrânia pela Federação Russa.”
No mesmo sentido, Alemanha, França e Dinamarca já anunciaram a expulsão de diplomatas russos. O Governo alemão declarou 40 diplomatas russos da embaixada de Berlim “persona non grata”, instando-os a deixar o país, informou esta terça-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock.
De acordo com um comunicado da diplomacia alemã, os diplomatas russos visados são pessoas que “trabalham dia a dia contra a nossa liberdade e contra a nossa coesão social”, representando um regime de “incrível brutalidade”, como ficou provado pelas imagens de crimes de guerra cometidos na cidade ucraniana de Bucha.
Já França disse que iria expulsar 35 diplomatas russos “cujas atividades são contrárias aos interesses” do país. “Esta ação faz parte de uma abordagem europeia. A nossa principal responsabilidade é sempre garantir a segurança dos franceses e europeus”, pode ler-se num comunicado de imprensa divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Também a Dinamarca falou na expulsão de 15 diplomatas. Segundo o ministério dinamarquês, o embaixador russo foi informado ontem da decisão, ao mesmo tempo que a Dinamarca condenava fortemente “a brutalidade da Rússia contra civis ucranianos em Bucha” e sublinhava que “ataques deliberados contra civis são um crime de guerra”. Os diplomatas terão duas semanas para deixar o país.