Os partidos da oposição reagiram negativamente à proposta de Orçamento do Estado do Governo, sendo unânimes em considerar que não compensa os portugueses relativamente ao aumento da inflação.
“Esta proposta não corresponde às expectativas do país, a conduzir a uma marca de empobrecimento das famílias”, entende o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento. Da parte do Chega, Filipe Melo vê a proposta como “um Orçamento de estagnação e não de crescimento, não servindo os interesses da população portuguesa.
Ainda à direita do PS, Carla Castro, da Iniciativa Liberal, acusa o Governo de não fazer nada em relação à inflação. “Não é um orçamento que o país precisa, vamos analisar com maior detalhe para descascar as camada de maquilhagem que o Governo põe”, acusa.
Nos partidos à esquerda do PS, a insatisfação também é visível. “Os trabalhadores e pensionistas perderam poder de compra brutalmente. É necessário compensar o poder de compra perdido, limitar os preços e taxar os lucros dos grandes grupos económicos”, sugere o deputado Bruno Dias, do PCP.
No Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua vê um Orçamento “que dita o empobrecimento e uma perda acelerada do poder de compra de todos aqueles que trabalham, acabando, assim, por não proteger as pessoas”. Mariana Mortágua completa que a atualização salarial prevista para 2022 não vai compensar a perda de poder de compra de 2022.
Marcelo vê equilíbrio
Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Orçamento é marcado por um equilíbrio “que não agrada a gregos nem a troianos”. Para o Presidente, “o Governo tem uma leitura relativamente otimista sobre a inflação, há quem concorde e há quem discorde. Ninguém tem certezas e eu não tenho bola de cristal. O Governo acha que provavelmente irá descer”, salienta.