Um estudo inédito que traça o perfil dos inquilinos no Luxemburgo e em que 25% das respostas são de portugueses, revela qual o preço médio da renda, quanto ganham os arrendatários e em que tipo de casa vivem.
Num país onde a procura de uma casa é um dos principais desafios em virtude dos preços altos das rendas e das poucas habitações disponíveis, a empresa de imobiliária CBRE do Luxemburgo decidiu traçar o perfil dos inquilinos do país.
Um retrato inédito que reúne os resultados de um inquérito realizado junto de 600 residentes, dos quais 25% são de origem portuguesa, “o que reflete a grande representação da comunidade portuguesa no país”. A maioria dos residentes inquiridos vive na capital do Luxemburgo e em Esch-Sur-Alzette, outros 25% são luxemburgueses e 50% de várias nacionalidades.
No Luxemburgo, um inquilino paga, em média, 1400 euros de renda por mês, mais de 150 euros de encargos, tem um rendimento anual familiar entre 20 mil e 80 mil euros, vive num apartamento arrendado com um quarto, mas desejaria poder comprar uma habitação.
Renda pode chegar aos dois mil euros mensais
É este o perfil dos residentes que vivem numa casa alugada, com 37% dos inquiridos a pagar entre 1.001 e 1500 euros de arrendamento, seguido de 24% que despendem de 1501 a 2000 euros mensais para a renda da casa.
A par com a renda, 63% revelam que pagam mais 150 euros, em média, pelos encargos da habitação. A maioria dos inquiridos tem entre 25 e 44 anos e vive na habitação desde há dois a quatro anos.
O rendimento familiar
Um casal em que ambos trabalham e pagam a casa. Esta é a situação mais comum, seguida de 37% dos que vivem sozinhos e que contam com o seu único rendimento. Há ainda 7% que dependem inteiramente do companheiro/a, pois não têm rendimento.
Quanto ao valor do rendimento familiar anual, para 24% este situa-se entre os 40 mil e os 60 mil euros por ano, 22% possuem rendimentos entre os 20 mil e os 40 mil euros anuais e 21% entre os 60 e os 80 mil euros.
No entanto, há uns “notáveis” 13% dos inquiridos que revelam ter um rendimento anual superior a 100 mil euros por ano, enquanto 9% sobrevivem com menos de 20 mil euros por ano.
Que tipo de casa?
A maioria vive numa casa só para a família (62%), enquanto 25% vivem sozinhos e 11% têm casa partilhada.
Embora o apartamento seja a habitação mais comum (63%), há quem arrende uma moradia (13%) ou um estúdio (9%). Um apartamento com duas assoalhadas é o mais comum (32%), seguido de uma casa com três assoalhadas (21%) e as habitações com uma única assoalhada (19%). Mesmo assim, 10% vivem numa casa com cinco ou mais assoalhadas.
À procura de um lar
Qual é o principal fator que condiciona a procura de uma casa para arrendar? O preço da renda, claro, com 77% a considerá-la muito ou extremamente importante. A segurança das redondezas é outro dos principais fatores que os inquilinos têm em conta na hora de arrendar a habitação (63%).
A parte mais desejada na casa
Ter uma casa com jardim (32%) é a opção preferida dos inquiridos que não se importam de pagar mais pela renda, se assim o puderem fazer. Uma casa com terraço ou lugar de estacionamento são as duas outras características mais importantes.
Arrendar ou comprar?
O preço demasiado elevado das habitações é a principal razão pela qual os residentes optam por arrendar em vez de comprar casa. Com um “budget” limitado e sem possibilidade de efetuar os adiantamentos necessários para a compra da casa, ou pagar o empréstimo bancário da hipoteca, alugar torna-se a única alternativa. Contudo, a quase totalidade dos inquiridos (83%) revela que, se pudesse, compraria uma casa.
Como encontrar morada?
Embora metade dos residentes encontre a sua casa através de sites imobiliários, quase 40% recorre com sucesso às suas relações sociais em busca pela habitação, ou porque conhece o senhorio, ou o inquilino cessante ou através do “passa palavra”. Para os autores do estudo esta foi (mais) uma das surpresas do inquérito.
Mudar de residência
Quase metade dos residentes deseja mudar de habitação nos próximos dois anos. Deseja uma casa maior (quase 50%), ou quer encontrar uma renda mais barata (22%) ou num local mais seguro (16%).
Já 16% pretendem continuar a residir na mesma casa nos próximos 10 anos.
Contudo, a ambição de comprar a sua própria casa nos próximos anos, tornando-se proprietário em vez de inquilino, é um desejo generalizado.
Trabalhar em casa
Este inquérito da CRBE sobre o perfil dos inquilinos e residência aborda ainda o “homeworking” com 41% das pessoas a considerar o seu lar como um local adequado para trabalhar e confessando que gostaria de o fazer dois a três dias por semana. Se para 10% dos inquiridos o ideal seria trabalhar sempre em casa, já 16% preferem trabalhar a semana inteira fora de casa.