Sei bem que muita gente pode achar estranho o facto de eu vir desejar o maior sucesso possível ao novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr Paulo Cafôfo. Porém, é assim mesmo que eu penso…. Espero que as nossas Comunidades sejam excelentemente servidas com uma ação política de proximidade, colocando-as mais próximas do País que tanto amam.
Por outro lado, eu nunca fiquei satisfeito com o fracasso dos outros, não é disso que vivo… A oposição faz-me, na minha opinião, afirmando uma alternativa pela positiva, com ideias inovadoras e com muito diálogo com as pessoas, denunciando o que está errado, mas sem esquecer o que corre bem e tem resultados.
Não conheço pessoalmente Paulo Cafôfo, mas, pelo que me dizem, é um homem simples, simpático e muito dialogante, o que decerto irá fazer dele um excelente Secretário de Estado.
Por isso, não quero acreditar no também me referem, que esta nomeação apenas visará dar-lhe visibilidade para uma futura candidatura ao Governo da Madeira já em 2023. Se assim fosse este cargo seria meramente instrumental para outros objetivos políticos do Partido Socialista, secundarizando as Comunidades e transformando-as num mero instrumento político para outros objetivos.
Isso não seria sério e, por isso, não quero acreditar que um homem honesto se sujeite a uma coisa destas, utilizando as Comunidades apenas para atingir objetivos partidários ou até pessoais.
Por isso, vou acreditar que Paulo Cafôfo será o governante de que as nossas Comunidades precisam para superar os imensos problemas que se agravaram durante os últimos anos, desenvolvendo uma ação política com resultados.
Agora é tempo de tratar de resolver problemas e concretizar promessas feitas pelos anteriores governantes, ainda por cima com o extraordinário apoio de 3 deputados eleitos pelos círculos das Comunidades, um dos quais, ainda por cima, é o Presidente da Assembleia da República. Não faltará assim influência e apoio político para ter sucesso.
É assim tempo de ação e de desenvolver um programa para mais de 4 anos…
Os nossos consulados e os seus funcionários precisam de muita atenção, com mais investimento, mais meios, mais permanências consulares, resolvendo o caos vivido no domínio dos agendamentos e satisfazendo as promessas feitas relativamente à revisão das tabelas salariais em todo o Mundo e, muito particularmente, no Brasil.
A rede de ensino português no estrangeiro deve continuar a ser melhorada, respondendo às necessidades educativas de inúmeras novas comunidades e melhorando os mecanismos de avaliação e certificação.
O acompanhamento dos casos sociais mais graves tem de ser feito de forma mais ativa e próxima, garantindo uma maior ação dos postos consulares junto das comunidades mais expostos à pobreza e ao isolamento.
A participação política deve ser incentivada, sendo necessário repensar a nossa legislação eleitoral de forma a resolver muitos dos obstáculos que têm surgido neste domínio.
É necessário fazer as eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas, que não se realizam desde 2015, melhorando os meios de intervenção deste importante órgão ao mesmo tempo que se deve incentivar o funcionamento dos conselhos consultivos das áreas consulares.
As nossas associações necessitam de um grande apoio para superarem os problemas acumulados nos anos da pandemia, sendo inquestionável o seu insubstituível papel no enquadramento social e cultural das comunidades onde se inserem.
É necessário melhorar os mecanismos de trabalho e de diálogo com as novas gerações de emigrantes assim como com os milhões de lusodescendentes espalhados pelo Mundo, que são já a grande maioria das nossas comunidades, com um extraordinário potencial político, económico e cultural.
Importa igualmente impulsionar a rede de gabinetes de apoio ao emigrante e o gabinete de apoio ao investidor da Diáspora, ao mesmo tempo que se aposta em novos incentivos ao investimento e à captação de poupanças das nossas comunidades.
Em suma, há muito para fazer numa das pastas mais complexas do Governo, responsável pela relação com dezenas de milhões de pessoas de origem portuguesa.
Para isso, conte com o nosso apoio, Sr Secretário de Estado. Nunca hesitaremos na denúncia do que estiver errado e dos erros cometidos, mas saberemos ser justos no reconhecimento dos passos positivos que forem dados.
Votos de sucesso, Dr Paulo Cafôfo!