A história é pródiga em demonstrar que a internacionalização do comércio e das empresas não é um fenómeno dos nossos tempos. Com a abertura e globalização dos mercados e a concorrência e inovações daí advenientes, as empresas são forçadas a ter uma postura dinâmica para se poderem manter ativas. Expandir além-fronteiras é uma das soluções mais aliciantes.
A China, enquanto potência económica com um vastíssimo mercado, oferece inúmeras oportunidades de expansão nesta fase em que o seu crescimento entrou numa nova etapa onde o capital de risco procura novos projetos para investir, sobretudo nas áreas de inovação tecnológica, embora o comércio tradicional continue a ser uma aposta.
A internacionalização para a China exige que as empresas detenham competências únicas que lhes permitam destacar-se num mercado tão vasto e com tanta oferta como é o chinês. A competitividade e a capacidade de sobrevivência dependem, entre outros, de:
Marca
O registo e proteção da marca a nível internacional e local é essencial, quer pela facilidade de cópia dos produtos, quer pelo facto de os consumidores chineses demonstrarem cada vez mais interesse em adquirir produtos e serviços de qualidade. A consolidação da marca nos mercados europeu e norte-americano de forma a torná-la internacionalmente reconhecida é um passo importante para avançar para o mercado chinês.
Conhecimento do mercado
A falta de conhecimento do mercado chinês e das suas dinâmicas é um dos principais fatores de insucesso para as empresas que tentam a internacionalização para a China. Atualmente já há vários organismos que disponibilizam serviços de apoio aos investidores de forma a facilitar a sua implementação no mercado chinês. O Instituto para a Promoção do Comércio e Investimento de Macau é um deles, apresentando-se como um organismo de apoio ao estudo e formulação da política económica, no que respeita à promoção do comércio externo, à captação de investimentos, ao desenvolvimento de convenções e exposições e à cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa que promove o matching com potenciais investidores e divulga oportunidades de investimento.
Adaptação
O consumidor chinês não é igual ao português. Os gostos e a cultura são outros e as compras são feitas essencialmente online depois do produto ser visto na loja física. Um produto estrangeiro é um investimento e tem ínsita a expectativa de qualidade e uma exigência de customização e serviços associados ao produto. A utilização das plataformas e veículos de divulgação de produtos e marcas – como o Tmall Global, uma plataforma de business to consumer online retail operada pelo gigante Alibaba Group – é essencial.
Gestão de expetativas
Investir no mercado chinês é, muitas vezes, uma aposta a longo prazo que requer paciência, capacidade de aprendizagem e adaptação e saber lidar com as adversidades impostas pelo próprio mercado e cultura.
Macau,
como Região Administrativa Especial da China, é uma das suas portas de entrada, reconhecida pela sua localização estratégica e recente forte aposta da China Continental para funcionar como hub no desenvolvimento dos projetos da Grande Baía. A criação de veículos locais é simples e rápida e facilita o estabelecimento de parcerias com investidores chineses e a entrada no mercado chinês.
Não obstante os riscos, o mercado chinês é uma fronteira para onde vale a pena atravessar.